Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) deram detalhes em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (11) de como funcionava o esquema de fraudes que desviou cerca de R$ 1 milhão da Prefeitura de Morro Agudo (SP).
O encontro aconteceu na sede do Ministério Público na Avenida Presidente Vargas em Franca, e de acordo com, Rafael Queiroz Piola e Paulo Guilherme Carolis Lima foram expedidos 6 mandados, desses 05 foram cumpridos.
A operação denominada “Eminência Parda” investiga irregularidades para desvio de verbas com participação de funcionários que estão com direitos políticos suspensos.
Segundo a promotoria, cinco pessoas foram presas, o vereador Elvis Júnio Marques (PT), Tiago Stolarique, ex-assessor de assuntos urbanos e que atuava como “braço direito” do Prefeito e marido da secretária de Saúde, João Marcos Fisher, secretário de obras, Cleire de Souza, secretária de administração e Elisiane Ferreira, secretária do Prefeito.
Ainda de acordo com a promotoria, Mara Cristina Braga Pereira, não foi encontrada. Ela é a responsável pelo setor de compras e também é apontada por envolvimento no esquema. O prefeito, Gilberto Barbeti (PDT) foi afastado das funções, e o cargo deve ser assumido pelo vice-prefeito, Vinicius, em solenidade de posse agendada para 8h desta quinta-feira.
Após o desdobramento de uma investigação que apurava irregularidades em contratação de empresas de coleta de lixo, os promotores descobriram que Tiago Stolarique participava efetivamente da administração, mesmo impedido de exercer cargo público.
“ Nós verificamos que tinha um rapaz, um sujeito, Tiago Stolarique que mesmo não sendo funcionário efetivo da prefeitura de Morro Agudo, ele exercia uma função usurpando assim de forma ilegal, uma função que não lhe cabia” disse o promotor, Rafael Piola.
A partir disso, foram identificadas outras irregularidades onde havia direcionamento de contratações em benefício de pessoas envolvidas nessa organização criminosa.
“O vereador era um braço da administração pública municipal no legislativo, então ele era beneficiado nas contratações, e ele exercia a defesa de direitos e poderes que o prefeito precisa na Câmara Municipal” acrescentou Piola.
Ouça a entrevista:
O parlamentar ainda é apontado como beneficiado por meio de empresas terceirizadas que recebiam verbas públicas. O prefeito, Gilberto Barbeti, por ter foro privilegiado, será investigado pela Procuradoria Geral de Justiça.
O afastamento do político é por 90 dias, mas o prazo pode ser prorrogado pelo mesmo período. As prisões são temporárias por 5 dias e também podem ser ampliadas. Os envolvidos respondem por crimes como, usurpação de função publica, fraudes licitatórias, falsidade documental e organização criminosa.
Fotos: Marcos de Paula - Pop Mundi