O Centro de Sismologia da Universidade Estadual Paulista (USP) confirmou que houve o registro de um tremor de magnitude 3 na noite de sábado (24) em Rifaina (SP).
Os dados inclusive fazem parte do boletim divulgado pelo órgão com o monitoramento das estações em todo país.
Veja o registro:
Os moradores da cidade que tem cerca de 4 mil habitantes ficaram assustados quando por volta das 23h30 sentiram os efeitos do tremor. Imagens gravadas pelo sistema de monitoramento mostram as árvores balançando, as gravações rapidamente ganharam muita repercussão nas redes sociais.
A situação também foi constatada pela guarda municipal, Elisangela Dias, que estava de plantão e confirmou que recebeu ligações de moradores assustados.
“Eu ouvi um barulho alto, eu olhei para o lado um copo descartável caiu e a janela tremendo. E nas redes sociais eu vi o pessoal perguntando quem tinha visto ou ouvido o barulho” explicou Elisangela.
Ela falou em entrevista ao repórter Samuel Cintra pela Rádio Imperador e o portal Pop Mundi os momentos de medo que passou após o barulho e o tremor.
Ouça a entrevista:
Veja as imagens:
Moradores de Pedregulho (SP) e dos distritos de Estreito e Alto Porã também relataram que perceberam o tremor. Em uma casa rachaduras teriam surgido após as vibrações, uma foto foi divulgada em redes sociais.
Na manhã desta segunda-feira (26) o departamento de jornalismo da Rádio Imperador e portal Pop Mundi conversou com o técnico de sismologia, José Roberto Barbosa, que em entrevista ao repórter Samuel Cintra explicou as possíveis causas do tremor.
“Eles são oriundos da movimentação das placas tectônicas e placas litosféricas que são formadas por diferentes camadas, e essas placas estão movimentando alguns centímetros por ano, durante essa movimentação elas vão se atritando, se esfregando e aí gera um acúmulo de tensões, e essas tensões são liberadas em pequenos tremores” explicou José Roberto.
O especialista ainda acrescentou que esses tremores são considerados naturais, acontecem com frequência em diversos pontos do país e que mesmo provocando susto a população não tem alta potência para provocar destruições.
“Quando acontecem em lugares descampados e afastados eles nem são percebidos, mas quando ocorrem em lugares habitados acabam assustando as pessoas, provocando queda de objetos das prateleiras, sobre as mesas, mas não são capazes de causar nenhum tipo de destruição” esclareceu o especialista.
Além de ser um dos principais pontos turísticos da região, Rifaina também tem a instalação da Usina Hidrelétrica de Jaguara. De acordo com José Roberto, não há pelo menos inicialmente como afirmar qualquer relação do tremor com a barragem na cidade.
“Em princípio com estações que estão a centenas de quilômetros dessa região que aconteceu o tremor, você não pode ter esse nível de precisão” afirmou o especialista.
Ouça a entrevista completa:
Ainda com base nos estudos feitos pelo Centro de Sismologia esse tipo de evento acontece entre 20 e 50 anos, mas não está descartada a possibilidade de pequenos novos tremores.
Outro ponto importante que é destacado que em casos de novas ocorrências a população pode ajudar anotando os horários e datas e comunicando o Centro de Sismologia.