Ação retira moradores de rua, mas situação ainda preocupa

Autor: Thiago Garcia

Fonte:

27/07/2017

Uma ação realizada na tarde desta quinta-feira (27) retirou moradores de rua que estavam instalados na área central de Franca (SP). Agentes da Guarda Civil Municipal, Secretaria de Obras e Posturas, estiveram ao lado da Igreja Nossa Senhora da Conceição (Igreja Matriz), onde foram recolhidos diversos entulhos.

Durante a ação, um caminhão ficou lotado com colchões, galhos, cobertores, travesseiros, além de muito lixo, como garrafas plásticas, vasilhas, entre outros. A retirada aconteceu momentos depois da equipe do Pop Mundi flagrar os moradores de rua dormindo em uma das laterais da igreja. Até uma casa improvisada foi montada por um desses andarilhos. (Veja abaixo).

De acordo com o guarda municipal, João Castro, a equipe apoiou a solicitação do setor de Obras e Posturas que fizeram a retirada, mas afirmou que outros vários pontos da cidades, também estão repletos de moradores de rua e que as ações não estão sendo suficientes para solucionar o problema que cresce a cada dia na cidade. “Alguns pontos, eles fazem como residência. Porém, existem outros locais que eles usam para pernoitar e depois vão embora e deixam todo aquele material, deixa todo o entulho, então infelizmente é assim”.

Uma mulher que não quis ser identificada, passava pelo local, no momento em que era feita a retirada dos moradores de rua e ficou assustada com o que viu. "Eu não sou daqui, minha filha veio para estudar e fiquei assustada com o Centro da cidade. Por ser interior, pensava que fosse mais tranquilo, mas tem pedintes nas portas dos bancos, ambulantes para todos os lados e até pessoas com problemas mentais ficam nessa praça durante a noite, está perigoso".

Pedro Visconde Filho, da Secretaria de Obras e Posturas, também ressaltou o grande número de moradores de rua na cidade, inclusive ficando ao lado do banco Itaú, onde funciona o Mercado Popular, no Centro e também na Casa do Aconchego, que atende crianças, no Jardim Milena. “São muitos, para todos os lados tem esses moradores de rua...É muita sujeira, pelo menos três vezes por semana, limpamos essa praça aqui, pra ver o tanto de sujeira que tinha”, disse.

No momento em que era realizada a retirada dos utensílios usados pelos moradores de rua, um casal que havia se instalado ao lado da praça e aguardava o auxílio da Secretaria de Ação Social para fazer o transporte das diversas caixas com roupas e colchões que estavam no local e confirmou que não a namorada gosta de ficar na rua, por isso, não procuram locais adequados, como abrigos. “Estamos aqui há dois dias. Antes a gente ficava lá no Itaú, mas fecharam tudo lá e viemos pra cá”, disse o rapaz que confirmou ser usuário de drogas e revelou os motivos para não procurar um local adequado, como os abrigos. “Eu mesmo, por causa da minha namorada, ela gosta de ficar assim, na rua”.

Pedro ressaltou a realidade da situação que parece não ter fim. “Eles levam as roupas e depois trazem de volta. Em frente ao Abrigo Provisório a situação é ainda pior, bem mais que aqui”.