O governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou nessa sexta-feira (28) a extinção de uma secretaria, uma autarquia e uma estatal, além da fusão de três fundações, e uma série de cortes em gastos como diárias, viagens e combustível na administração paulista. As medidas foram anunciadas como forma de compensar a perda de receita causada pela revogação do aumento das tarifas de metrô e trem, de R$ 3,20 para R$ 3.
Além dos cortes, o governo vai se desfazer de parte da frota oficial de veículos --só escapam dos cortes carros da segurança, educação e saúde-- e um helicóptero. Haverá ainda devolução de carros alugados. Segundo o governador, as mudanças vão gerar uma economia de R$ 129,5 milhões este ano.
Alckmin extinguiu a Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano, e incorporou suas funções à Casa Civil. Na prática, a incorporação das funções da secretaria já havia se dado no início deste ano, quando Edson Aparecido deixou a pasta para assumir a Casa Civil.
Desde então, o comando da secretaria ficou vago e um interino tocou os trabalhos. Alckmin também anunciou a extinção da CPTUR, uma estatal que atua na área de turismo, e da Sutaco, autarquia que atuava na área de artesanato e era usada para abrigar a ex-vereadora Soninha Francine (PPS), que a dirigiu de 2011 a 2012.
As fundações Cepam, Fundap e Seade serão unificadas. "Queremos sinergia. Em Minas Gerais uma só empresa faz o trabalho dessas três", afirmou.
INVESTIMENTOS
Com os cortes o governador responde às críticas de que teria optado por sacrificar investimentos para bancar a redução da tarifa. No dia em que anunciou a revogação do reajuste, Alckmin afirmou que teria que "apertar os cintos". Diante da repercussão negativa, com críticas até dentro do PSDB, o tucano iniciou um estudo para cortar gastos da máquina administrativa.
"O Brasil vive um momento econômico muito delicado. Não podemos cortar investimentos, que geram empregos e mantêm e crescimento", justificou o governador ao anunciar hoje os cortes.
REELEIÇÃO
Alckmin voltou a criticar a iniciativa da presidente Dilma Rousseff em anunciar a convocação de uma constituinte exclusiva para promover a reforma política, ideia da qual recuou menos de 24 horas depois. Mas o governador disse que não se opõe a um plebiscito, desde que as perguntas sejam amparadas tecnicamente.
Questionado sobre a possibilidade de uma reforma política tratar do fim da reeleição, disse que acreditar que ainda é cedo para esse tipo de mudança.
"Não sei se a gente já teve tempo de maturar os efeitos da reeleição. Só tivemos duas no Brasil, a do Fernando Henrique Cardoso e a do Lula. Agora, o que eu sou contra é aumentar mandato", afirmou.