Em uma eleição acirrada, o Senado dos Estados Unidos confirmou, por 52 votos a 47, o senador Jeff Sessions como novo secretário de Justiça. Ele é alvo de acusações de racismo. A informação é da Radio France Internationale.
Senador ultraconservador do estado do Alabama, no Sul do país, e defensor da política de "linha dura" com os imigrantes em situação irregular, Sessions é visto como a principal inspiração de Trump na elaboração de suas políticas em relação à imigração, incluindo o decreto que limita a entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana.
Jeff Sessions é o sexto integrante do gabinete confirmado pelo Senado e dirigirá o Departamento de Justiça, que conta com cerca de 113 mil funcionários. O presidente já criticou várias vezes a lentidão do Legislativo para confirmar seus indicados.
Debates acirrados
Os debates sobre a nomeação de Sessions tiveram momentos de tensão. Em um deles, a democrata Elizabeth Warren leu uma carta escrita em 1986 por Coretta King, a viúva de Martin Luther King, com duras críticas ao senador, mas foi intimada a interromper seu discurso e voltar para o seu lugar. A viúva de Luther King escreveu a carta quando Sessions era candidato a um posto de juiz federal no estado do Alabama.
O líder do Partido Republicano no Senado, Mitch McConnell, apelou a um artigo raramente usado no regulamento da Câmara, que veta comentários altamente críticos de um senador a outro, para pedir que o discurso fosse interrompido.
Embora não seja raro um senador fazer objeções a declarações de outro membro dessa Câmara, o pedido para que Warren fosse interrompida e voltasse para o seu lugar foi um gesto poucas vezes visto no Congresso americano. Hoje, o senador Bernie Sanders pediu a palavra e leu por inteiro a carta escrita por Coretta King. Desta vez, porém, nenhum senador conservador apresentou moção de censura.
Outro senador democrata, Sheldon Whitehouse, considerou "inaceitável" o que ocorreu com Warren. Já o senador conservador Horrin Hatch lembrou que os legisladores devem se tratar com respeito, "ou o plenário vai virar um selva".
Fonte: Agência Brasil