Com público abaixo do esperado, o ato público da última quarta-feira (26) em Brasilia foi marcado pelo forte esquema de segurança, que mobilizou 3.100 policiais. Foi montado um grande cordão de isolamento ao redor do Congresso para impedir que as pessoas chegassem à Praça dos Três Poderes, onde estão o Palácio do Planalto e a sede do Supremo Trubunal Federal (STF).
Segundo a Polícia Militar, no momento de maior aglomeração, cerca de 5 mil manifestantes se concentraram diante do Congresso. Ao longo da semana, a PM chegou a prever 50 mil pessoas nos protestos desta quarta, o que levou às precauções. Órgãos públicos dispensaram seus servidores ao meio-dia.
O gramado começou a receber manifestantes no início da tarde. Pouco antes das 17h, um grupo começou a chutar centenas de bolas de futebol em direção ao prédio do Congresso Nacional. As 594 bolas, representando os deputados e senadores, foram colocadas pela manhã por ativistas da ong Rio de Paz. Pouco mais de 20 pessoas entraram no espelho dágua para provocar os policiais que faziam o cordão de isolamento, mas não houve confronto.
Em seguida, um grupo de manifestantes foi ao Estádio Nacional Mané Garrincha para um abraço simbólico, retornando ao Congresso em seguida.
Durante todo o ato, a PM revistou manifestantes que considerou em atitude suspeita, especialmente os que estavam mais próximos do cordão de isolamento. O trânsito nas duas vias da Esplanada dos Ministérios (N1 e S1) foi bloqueado ao meio-dia. Esses procedimentos não foram adotados nas manifestações anteriores. Também foram colocados, sobre a cobertura do Congresso, refletores para iluminar o gramado. A manifestação foi pacífica na maior parte do tempo. Tentativas isoladas de provocar policiais, como lançamento de garrafas plásticas com água, foram vaiadas pela maioria dos participantes. Por volta das 21h10, um grupo retomou os ataques, com garrafas e rojões, e a polícia reagiu com uma série de bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo. Quando o gramado já estava quase todo vazio, um manifestante foi cercado e levado por policiais.
No início da noite, o presidente do Senado, Renan Calheiros, e outros senadores reuniram-se com representantes de movimentos ligados ao protesto, como Acorda Brasília, Ocupa Brasília, Marcha do Vinagre e Sou Ativista. No entanto, como não foi apresentada nenhuma pauta de reivindicações, outro encontro foi marcado para esta quinta-feira (27).
Fonte: Agência Brasil