A candidata Hillary Clinton obteve ontem (6) à noite o número de delegados necessários para concorrer às eleições a presidente dos Estados Unidos, em novembro deste ano, pelo Partido Democrata. Com o resultado, Hillary passa a ser a primeira mulher da história americana a representar um grande partido político em eleições presidenciais.
"Tem sido uma jornada incrível", disse Hillary, em entrevista à imprensa, ontem, na Califórnia, sobre as razões do apoio que tem recebido. "Entre essas razões está a crença de que - ter uma mulher presidente - vai significar grande fato histórico sobre o tipo de país que somos, o que defendemos. É muito emocional".
Ao contrário do previsto, Hillary Clinton não precisou esperar as prévias que se realizam hoje (7) em seis estados para garantir a indicação como candidata. Nesta terça-feira, haverá primárias nos seguintes estados: Califórnia, Novo México, Nova Jérsey, Montana e Dakota do Sul. Em Dakota do Norte haverá assembleia (caucus).
O cálculo sobre o número de delegados que apoiam Hillary foi feito com base em levantamentos e entrevistas para sentir a tendência de votos dos superdelegados na Convenção Nacional do Partido Democrata, prevista para julho.
Os primeiros resultados das prévias de Porto Rico, realizadas no último domingo (5), indicavam que Hillary Clinton precisaria ainda do apoio de 23 delegados para alcançar o mínimo necessário para ser a indicada do partido, segundo a agência de notícias Associated Press. Porém, a agência aprofundou a pesquisa e descobriu, ontem, que Hillary já tinha alcançado os 2.383 delegados necessários para garantir a nomeação partidária.
A agência de notícias se baseia em projeções com base em compromissos públicos de superdelegados, que ocupam posição de líderes do Partido Democrata. De acordo com a experiência de eleições anteriores, muito raramente os superdelegados mudam suas posições depois de fazer uma declaração pública.
Assim que soube da contagem da Associated Press, o comitê do candidato Bernie Sanders, rival de Hillary Clinton na disputa pela nomeação do partido, contestou os números. Segundo o comitê, Sanders permanecerá na corrida eleitoral e continuará lutando até a convenção do partido.
Sanders, conforme disse o porta-voz Michael Briggs, criticou o comportamento da mídia, que vem apostando em uma "corrida para o julgamento". E afirmou: "Hillary Clinton não tem e não terá o número necessário de delegados prometidos para garantir a indicação."
A campanha de Bernie Sanders vem insistido que não se pode contabilizar a tendência de apoio dos superdelegados, até que ocorra a Convenção Nacional Democrata, em 25 de julho.