A imprensa norte-americana deu grande destaque à notícia de que a Câmara dos Deputados do Brasil aprovou na noite de domingo (17) a autorização para a abertura do processo de impeachment pelo Senado contra a presidente Dilma Rousseff.
Segundo o The Wall Street Journal, o congresso brasileiro "deu um passo gigante" para remover a presidenta brasileira. A matéria foi manchete da página da versão online do jornal americano. No artigo, há uma foto de manifestantes vestidos de verde-amarelo e portando cartazes contra Dilma.
A rede de televisão CBS News também deu enorme destaque à notícia de que a Câmara dos Deputados aprovou, em votação, a acusação de que a presidenta Dilma Rousseff utilizou erradamente verbas de bancos estatais. A acusação, segundo a rede de televisão, fortaleceu o argumento de que a ação contra Dilma "é um golpe". Segundo a CBS, a presidenta brasileira é acusada de usar truques de contabilidade na gestão do orçamento federal para manter os gastos e reforçar apoios.
De acordo com a CBS, a presidenta Dilma Rousseff refutou esses argumentos, alegando que presidentes anteriores usaram manobras semelhantes e não foram punidos por isso. A CBS afirmou que Dilma "não foi acusada de qualquer crime ou implicada em nenhum escândalo de corrupção".
O noticiário da CBS informa que Dilma Rousseff não conseguiu garantir, no entanto, o apoio de que precisava. Em razão disso, os legisladores da Câmara dos Deputados votaram para que ela saia da presidência da República.
A rede de televisão CNN informou que, depois de mais de cinco horas de votação, a Câmara dos Deputados votou pela autorização ao Senado para abrir o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
De acordo com o The Wall Street Journal, a campanha pelo impeachment de Dilma foi baseada em acusações de que a presidente brasileira manipulou números fiscais durante seu primeiro mandato, movimentando dinheiro de entidades controladas pelo Estado. Ela disse que não fez nada de ilegal, segundo o jornal.
As emoções foram elevadas na Câmara dos Deputados, segundo o The Wall Street Journal. A publicação informou que, do lado de fora do edifício do Congresso, a polícia tentava controlar 17 mil manifestantes favoráveis ao impeachment e oito mil contrários à suspensão do mandato da presidente. "Eram protestos ruidosos", divididos por uma parede construída para separar os dois lados.
De acordo com o The Wall Street Journal o Brasil é uma democracia que vem sendo há tempos atormentada por problemas. "Quatro dos oito presidentes eleitos entre 1950 e ascensão de Dilma ao poder, há dois anos, não puderam terminar seus mandatos". O jornal refere-se aos ex-presidentes Getúlio Vargas, Jânio Quadros, João Goulart e Fernando Collor de Mello.
Fonte:Agência Brasil