Cartilha sobre a "Bioética" trata de métodos contraceptivos como "crime" e não promove o uso da camisinha como segurança
Capa do "Manual da Bioética para Jovens" (Foto:Reprodução)
Faltando pouco mais de um mês para a vista do Papa Francisco ao Brasil, uma notícia já causa polêmica. Durante sua visita, 2 milhões de exemplares de uma publicação chamada "Manual da Bioética para Jovens" serão distribuídos no país. A "Cartilha" é uma publicação inédita no Brasil e será distribuída a partir do dia 23 de Julho. Apesar de buscar um embasamento científico, a publicação está sendo vista como um desserviço a sociedade e àqueles que são destinados: os jovens.
Isso porque numa época em que a gravidez é algo cada vez mais precoce, os métodos contraceptivos são tratados como aborto, entre eles estão o DIU, pílulas anticoncepcionais e a do dia seguinte. No manual não se fala sobre prevenção a gravidez e tampouco a doenças sexualmente transmissíveis. Com 65 páginas divididas em 7 capítulos, de acordo com a CNBB (Confederação nacional de Bispos do Brasil), o manual publicado pela Jeròme Lejeune, trata com embasamento científico, porém com ética cristã, sobre temas tão delicados como DIU e aborto.
Para profissionais da saúde, especialmente na situação brasileira em que jovens engravidam e adoecem cada dia mais cedo, o manual é um perigo, pois incute culpa sobre quem faz uso desse tipo de recurso, sem dar maiores esclarecimentos sobre o tema que não estejam ligados à referenciais religiosos. A igreja por sua vez, diz que essa é a chance de fazer com que os jovens não comprem tão facilmente a ideia do aborto, que em sua opinião é induzida por esse tipo de atitudes.
O manual já é publicado em países europeus, e por lá, aonde esse trabalho é legalizado, possui até informações legislativas sobre o assunto. Portugal é um dos países em que já existe a veiculação da publicação.