O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, chega nesta sexta-feira (14) a Cuba, tornando-se o primeiro chefe da diplomacia norte-americana a visitar a ilha caribenha em 70 anos, desde 1945.
O secretário de Estado, John Kerry, é o primeiro chefe da diplomacia norte-americana a visitar Cuba em 70 anos - Foto: Andrew Gombert/LusaEm Havana, Kerry vai presidir a cerimônia de hasteamento da bandeira da Embaixada dos Estados Unidos, depois de mais de cinco décadas de corte de relações. Ele terá encontro com o representante cubano, Bruno Rodriguez, e com dissidentes.
A abertura da representação diplomática norte-americana em Havana e a visita de Kerry simbolizam um processo histórico de reaproximação, iniciado em dezembro de 2014.
Após várias rodadas de negociações, os líderes norte-americano e cubano, Barack Obama e Raúl Castro, respectivamente, anunciaram, em 1º de julho deste ano, o restabelecimento das relações diplomáticas entre Washington e Havana, suspensas desde 1961, e a abertura de embaixadas nas capitais dos dois países.
Na cerimônia estarão também os três fuzileiros norte-americanos que baixaram a Bandeira dos Estados Unidos em Havana em 1961.
Na véspera da visita de menos de 24 horas a Cuba, John Kerry afirmou que discutirá com Bruno Rodriguez um plano que permita a verdadeira e plena normalização das relações entre os países.
"Vamos falar diretamente sobre uma espécie de plano geral para uma normalização verdadeira e plena", disse o secretário norte-americano, em entrevista ao diário Miami Herald e ao serviço em espanhol do canal de televisão CNN.
Kerry confirmou que a dissidência cubana não foi convidada para a cerimônia na embaixada, mas que irá se reunir posteriormente com alguns representantes.
Além da questão dos direitos humanos, que estará no centro da agenda com Rodriguez, o secretário de Estado norte-americano informou que vai abordar o embargo comercial (em vigor desde 1962) e as eleições na ilha. " vai incluir a suspensão do embargo, algo que apoiamos, e a necessidade de Cuba tomar medidas sobre vários temas que realmente fazem a diferença, como a possibilidade de o povo participar de um processo democrático."
Na véspera da visita de Kerry, o líder cubano, Fidel Castro, que completou 89 anos ontem (13), escreveu em um artigo que Washington deveria pagar a Havana indenizações milionárias para compensar os danos provocados pela política norte-americana.
No texto, publicado pelos veículos oficiais cubanos, Fidel Castro afirmou ainda que Cuba nunca irá deixar de "lutar pela paz e pelo bem-estar de todos os seres humanos", independentemente da sua cor de pele ou país de origem.
Fonte: Agência Brasil