Os preços nos supermercados de São Paulo tiveram aumento de 0,47%, em março, em comparação com o mesmo período de 2014, de acordo com o Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela APAS (Associação Paulista de Supermercados) e FIPE. Em 12 meses, a alta atinge 7,34% e, no acumulado de janeiro a março, 2,31%.
Os reajustes continuam atrelados à pressão sobre os custos de produção, como energia elétrica, por exemplo, e à menor disponibilidade interna de alguns produtos, seja por redução de oferta interna ou por elevação de demanda externa. Outro fator importante é a elevação do dólar, que continua afetando os preços de alguns produtos, pressionando ainda mais a inflação.
Os protagonistas da alta dos preços no mês de março voltam a ser os Produtos In Natura (3,38%), com destaque para a cebola (18,13%) e o alface (8,48%). Em ambos os casos, o clima desfavorável reduz a produtividade e impacta diretamente na disponibilidade do produto.
No caso da alface, os custos da produção foram impactados de maneira expressiva diante da estiagem prolongada, do maior consumo de energia devido à necessidade de irrigação e das elevações nos custos de transporte. No acumulado de janeiro a março, os preços dos Produtos In Natura subiram 14,98%.
Os Produtos Semielaborados (Carnes, Leite e Cereais) tiveram ligeira queda (-0,59%) impactada, principalmente, pela redução nos preços das carnes bovinas (-2,61%) diante do período de Quaresma, em que há uma redução no consumo de carnes. No acumulado do ano, há ligeira queda de -0,09% e, em 12 meses, a elevação é de 8,04%.
Os produtos industrializados apresentaram alta, com variação de 0,57% em razão do aumento nos preços de panificados (0,59%) e Óleos (1,75%). No caso dos panificados, o custo da energia elétrica já impacta no custo de produção, pressionando os preços, além da alta do dólar, que impacta a cotação do trigo.
Em 12 meses, a elevação nos preços dos produtos industrializados foi de 6,44%, sendo a categoria com maior estabilidade ao longo dos últimos meses, registrando variação abaixo da média do IPS (7,34%).
Já os preços das bebidas alcoólicas subiram 0,51% em março, reflexo do aumento da cerveja (0,22%) e do vinho (2,01%). Em 12 meses, a alta nos preços foi de 11,11%. As bebidas não alcoólicas registram ligeira queda de -0,50%, diante da elevação, principalmente, nos preços de refrigerante (-0,25%). Em 12 meses, a alta nos preços foi de 7,77%.
Os preços dos produtos de limpeza subiram 0,15%, diante o reajuste nos preços do sabão em barra (0,85%). Em 12 meses, a alta foi de 7,15%. Os artigos de higiene e beleza ficaram 0,58% mais caros, impactados pela elevação nos preços do sabonete (0,90%) e do creme dental (0,25%). Em 12 meses, a elevação foi de 8,86%.
Na avaliação desde a criação do Plano Real, em 1994, o IPS/APAS apresenta variação acumulada de 172,99%, o IPCA/IBGE (São Paulo) - Alimentos e Bebidas apresenta alta de, aproximadamente 358,88%, já o IPCA/IBGE (Brasil) - Alimentos e Bebidas tem alta de 374,94%, o IPC-FIPE tem aumento de 291,61% e o IPA/FGV tem variação de 522,27%. A diferença é de quase de 200 pontos percentuais, entre o IPS e o IPCA (São Paulo) de alimentos e bebidas.