Apesar da intervenção do Banco Central (BC), a cotação do dólar fechou o mês no maior nível em quatro anos. O dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 2,1412 para compra e R$ 2,1424 para venda, com alta de 1,36% apenas nesta sexta-feira (31). Em maio, a moeda norte-americana subiu 7,04%, a maior alta mensal desde setembro de 2011. Nos cinco primeiros meses do ano, o dólar subiu 4,78%.
Desde 5 de maio de 2009, no auge da crise financeira internacional, a moeda norte-americana não atingia um nível tão elevado. Naquele dia, a cotação fechou em R$ 2,149 para venda. Nem a atuação do BC, que vendeu US$ 876,7 milhões no mercado futuro e interveio no mercado pela primeira vez em dois meses, foi suficiente para segurar o câmbio. A cotação chegou a cair para R$ 2,1195 no início da tarde, mas voltou a subir nas horas seguintes.
Há uma semana, o dólar vem subindo por causa de indicações que o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos) reduzirá os estímulos monetários que têm impulsionado a economia norte-americana nos últimos anos. Com a diminuição do volume de dólares em circulação, a moeda fica mais cara, o que afeta as cotações em todo o mundo.
No último dia 29, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a ação do Fed, ao sinalizar que poderá elevar as taxas de juros, "fez com que as taxas relativas ao dólar se elevassem no longo prazo e a maioria das moedas está se desvalorizando".
Segundo o ministro, isso não é, porém, uma preocupação para o Brasil: com a desvalorização do real, o país fica mais competitivo ao vender seus produtos para o exterior. Mantega deixou claro que não há qualquer intervenção do governo visando à desvalorização do dólar. "Está havendo uma flutuação do câmbio, com a menor intervenção possível do governo. Então, é o mercado que está agindo neste sentido, e isso é positivo, porque favorece as exportações brasileiras".
Mantega também declarou que a cotação do dólar não será usada no combate à inflação.
Agência Brasil