Fórum discute formas de democratizar política energética brasileira

Autor: Redação Pop Mundi

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07/08/2014

Descentralizar a geração de energia elétrica, de forma a favorecer a instalação de pequenas unidades geradoras, em vez de poucas com grande capacidade de geração, definir uma política de transição da matriz energética atual em direção a um modelo com mais espaço para as fontes renováveis, democratizar os espaços onde a política energética do país é formulada e atualizar o projeto da Usina Nuclear Angra 3 estão entre as propostas a serem discutidas de quinta-feira (7) a domingo (10), em Brasília, durante o Fórum Social Temático sobre Energia.

Intitulado Energia: Para Que, para Quem e Como?, o fórum pretende discutir a política energética brasileira e propor mudanças que garantam uma matriz que leve em conta os direitos humanos e a justiça social. Entre as críticas a serem apresentadas, está a de que a política energética brasileira tem sido definida pelas empresas do setor, sem participação real da sociedade civil organizada.

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De acordo com o membro da Comissão Brasileira de Justiça e Paz, da Confederação Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), Chico Whitaker, um dos organizadores do fórum, "essa lógica do crescimento ilimitado em um mundo limitado tem de ser revista". Para ele, "a atual crise de energia já é, na verdade, uma crise das águas".

Segundo os organizadores do fórum, a geração de energia em larga escala - que favorece fontes hidrelétricas, termelétricas, nucleares e de combustíveis fósseis -  é interesse apenas das empresas de grande porte que tiram, desse tipo de geração de energia, enorme fatia de lucro. Além disso, argumenta a diretora do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), Moema Miranda, uma "parte imensa" da energia brasileira é gerada apenas para beneficiar as indústrias extrativistas. "Em especial, as ligadas a atividades de mineração e do agronegócio".

"É por isso que não as queremos promovendo ou conduzindo o nosso fórum", justificou o representante do Fórum de Mudança Climática e Justiça Social, Ivo Poletto, ao ser perguntado sobre o fato de o evento não contar com a participação de representantes das empresas. "Elas não foram convidadas porque o fórum é espaço de articulação e fortalecimento da sociedade civil, bem menos favorecida e com menor espaço de visibilidade ", completou a diretora do Ibase.

Entre os temas de discussão previstos para o encontro está também a Usina Nuclear Angra 3. Para uns, ela não deveria ser construída, para outros, precisaria, no mínimo, de uma atualização do projeto. "O mundo já testemunhou três acidentes nucleares desde que Angra 3 foi projetada. Infelizmente, esse projeto não foi atualizado para levar em consideração esses acidentes", disse Whitaker.

Entre os dias 7 e 9 de agosto, as atividades do Fórum Social Temático sobre Energia ocorrerão no Campus Darcy Ribeiro, da Universidade de Brasília (UnB). No dia 10, as atividades serão no Parque da Cidade. O evento reúne entidades da sociedade civil ligadas à questão energética do Brasil e do mundo.

Fonte: Agência Brasil

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