Ditadura Militar na Argentina teria sido colaborada pelo atual Papa Francisco, diz jornalista Horácio Verbitsky

Autor: Redação Pop Mundi

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15/03/2013
Foto: O Globo Foto: O Globo

Na última quarta-feira (13), Jorge Mario Bergoglio foi apresentado ao mundo como o sucessor de Bento XVI. O novo Papa adotou o nome de Francisco, e é o primeiro latino-americano a chegar ao nível máximo de poder dentro da Igreja Católica. Embora sua figura represente a imagem de pessoa humilde e conservadora, boatos estão circulando por todo o globo a respeito de um passado supostamente obscuro durante a ditadura militar argentina em 1973.

No dia anterior à apresentação de Bergoglio como o Papa Francisco, a justiça argentina havia condenado o presidente da ditadura militar Reynaldo Bignone por seus crimes cometidos no CM (Campo de Mayo), um centro clandestino que operava na detenção e cárcere de mulheres que acabavam de se tornar mães. Seus corpos - e dos bebês - nunca foram encontrados.

A condenação de Bignone levantou uma questão não esclarecida de que o atual Papa teria entregado dois sacerdotes de sua ordem Jesuíta aos militares da ditadura. Esses militares foram presos na ESMA - Escola de Mecânica Armada - um grande centro de detenção, onde poucas pessoas sobreviviam. Algumas ONGs que defendem os direitos humanos acusam Bergoglio de ter delatado seus companheiros como missionários guerrilheiros. Em defesa, o atual Papa Francisco declarou que dialogou com Jorge Videla (ex-militar que ocupou a presidência da Argentina em um golpe de estado em 1976) para libertar seus correligionários, o que de fato, veio a ocorrer.

Não é novidade!

Em 2005, Bergoglio já recebia acusações voltadas ao abandono de seus colegas para os militares em 1976. O jornalista Horácio Verbitsky publicou um livro chamado ''El Silencio'' que fala dos crimes ocorridos em todo o período da revolução da Argentina.

Existe um capítulo destinado apenas para Bergoglio, Verbitsky acusa-o de sequestrar e deter Francis Jalics e Orlando Yorio após suspeita de que os ''amigos'' mantinham contato com guerrilheiros.

Além disso, Verbitsky afirma que a Igreja Argentina possui uma ilha, localizada no Delta Tigre, a norte de Buenos Aires, que seria destinada à formação de outro centro de detenção clandestino. Segundo o Jornalista, Bergoglio tinha uma casa de férias na ilha, o que no mínimo pareceu suspeito.

No ano de 2010, Bergoglio desmentiu mais acusações e foi chamado a depor para autoridades argentinas. Na ocasião, negou a participação na ditadura militar da Argentina, e ainda disse que apenas tentava ajudar os sacerdotes - que ele mesmo supostamente delatou - enquanto estavam presos.

Confira uma entrevista feita pelo canal Vision 7 ao jornalista Horácio Verbitsky:

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