RS: Prisão dos acusados é prorrogada por mais 30 dias

Autor: Redação Pop Mundi

Fonte:

01/02/2013
Foto: Wilson Dias/ABr - retirada: agenciabrasil.ebc.com.br.br Foto: Wilson Dias/ABr

Nesta sexta-feira (1), a Justiça de Santa Maria (RS) prorrogou, por mais 30 dias, a prisão dos acusados pelo incêndio na boate Kiss, no último final de semana. Os motivos são fundamentados, de acordo com a própria legislação referente à prisão temporária, pela imprescindibilidade de se assegurar um bom andamento nas investigações até a finalização do Inquérito Policial.

O pedido de prorrogação foi feito pela Polícia Civil na quinta-feira (31), sendo este o mesmo posicionamento do Ministério Público. A prisão temporária tem a finalidade de se prevenir uma possível fuga dos envolvidos  e, ainda, para se garantir a colheita de depoimentos de testemunhas que ainda não foram ouvidas.  De acordo com a assessoria da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, até ontem (31), haviam sido tomados mais de 60 depoimentos.

Depois da decisão, foi comunicado ao juiz titular do caso, Ulysses Fonseca Louzada, pelos advogados de Mauro Hoffmann, que um pedido de revogação da prisão será encaminhado.

Visão do Ministério Público

Os promotores Joel Oliveira Dutra e Waleska Flores Agostini declararam que os sócios mantinham um estabelecimento comercial e que o mesmo não tinha a menor condição de funcionamento. A boate estava funcionando de maneira perigosa, uma vez que não disponibilizava de equipamentos de segurança e saídas de emergências. No local também não haviam janelas e os extintores estavam vencidos. Além disso, a Promotoria afirma que, depois das investigações no local,  apareceram indícios de que houve a utilização de materiais inflamáveis para o isolamento acústico do local.

Em relação à banda gaúcha Gurizada Fandangueira, tem-se que seus músicos também poderão arcar com seus ônus, na medida de suas participações, segundo o MP -  "com suas condutas, teriam concorrido para a prática do ilícito". Os representantes do MP afirmam que a atitude do produtor do grupo foi a de não se importar com um possível resultado danoso ao comprar um produto inadequado para ambientes indoor. O posicionamento dos promotores é de que eles visaram apenas o lucro da apresentação. Tal conduta também é tida como dolosa.

O Caso

Na madrugada do último domingo (27), mais de 200 jovens foram mortos devido ao incêndio que atingiu a boate Kiss, localizada no centro da cidade de Santa Maria (RS). Durante as investigações, através do depoimento de um vendedor de uma loja de fogos de artifício local, restou confirmado que o produtor da banda comprou um artefato impróprio para o uso em ambientes fechados, uma das possíveis razões do incêndio, aliado ao fato de que a espuma de isolamento acústico também era imprópria.

Os dois sócios, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann,  e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha, estão presos. Vale lembrar que o empresário Elissandro Spohr estava no dia do incidente e ajudou no socorro às vítimas, acabando por inalar muita fumaça tóxica. Ele também chegou a tentar suicídio e, por esse motivo, a segurança foi redobrada.

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