Foto: adf.org.br

O bombeiro Roberto da Silveira e Souza será ouvido pela Polícia Civil sobre os equipamentos de segurança que foram instalados na boate Kiss, pela empresa Hydramix, na qual também é sócio.

Nessa quinta-feira (31), a esposa do bombeiro em questão foi ouvida. "Na tarde de hoje a polícia ouviu uma sócia da empresa, essa pessoa foi ouvida como testemunha e prestou esclarecimentos, cópia do contrato e declarou que um dos sócios era um bombeiro ativo e o outro era aposentado. Ela esclareceu que não presta qualquer tipo de serviço no projeto de prevenção de incêndio, mas vende material de natureza elétrica e hidráulica", disse o delegado Gabriel Zanela, em publicação ao portal Terra.

De acordo com informações divulgadas, o incêndio foi provocado em decorrência da queima da espuma de isolamento acústico, dita como inapropriada para o local e estava sem o produto retardante que impede que o material queime em caso de incêndio. "Isso foi a causa da morte. Estava entre o isolamento e a fibra de vidro para melhorar a acústica do local. Pior são gases, mas isso queima muito rápido e exala o gás cianeto. Se isso não existisse, talvez teríamos apenas um pequeno foco de incêndio e a situação seria muito melhor", afirmou o delegado Marcelo Arigony. Ele ainda informou que não localizou, entre os documentos da boate, o Plano de Prevenção Contra Incêndio. Foram encontrados alguns mapas, mas uma nova solicitação será feita juntamente ao Corpo de Bombeiros e prefeitura.

Relembre o incêndio

Na madrugada do último domingo (27), um incêndio atingiu a boate Kiss, localizada no centro da cidade de Santa Maria (RS). Segundo testemunhas, o fogo começou por volta das 2h30, quando o vocalista da banda Gurizada Fandangueira teria acionado um sinalizador para a apresentação pirotécnica, comum nos shows do grupo. Muitas pessoas foram pisoteadas na hora do pânico ao tentarem deixar o local pela única porta de entrada e saída.

A prefeitura de Santa Maria decretou luto de 30 dias e anunciou a contratação de ajuda psicológica e psiquiátrica para as famílias das vítimas.

Os jovens feridos gravemente foram divididos para atendimento em hospitais da cidade e região de Porto Alegre. Até o dia de hoje (1), 236 jovens faleceram devido ao incêndio e suas complicações.