Um astrônomo amador descobriu em fevereiro do ano passado, que um asteroide, nomeado de 2012 DA14, por muito pouco não vai atingir a Terra neste mês.
No dia 15 de fevereiro, esta rocha espacial, com cerca de 50 metros de diâmetro, vai passar a 22 mil quilômetros da Terra. Parece muito, mas essa distância é menos de 1/10 da distância entre a Terra e a Lua, dentro da região de nossa órbita, onde se localizam os satélites de telecomunicações e meteorologia.
Astrônomos afirmam que não há risco de colisão, mas esta é uma oportunidade única para estudar este tipo de objeto espacial. Eles pretendem usar as informações para refinar os modelos usados para detecção de asteroides e calcular a dinâmica de sua interação gravitacional com a Terra.
"Estamos bastante animados com a possibilidade de observar o asteroide com telescópios", conta Alexandre Cherman, astrônomo da Fundação Planetário do Rio. "Ele vai passar a uma distância que é ridiculamente pequena em termos astronômicos e recorde na astronomia moderna".
Segundo Cherman, o fato de o 2012 DA14 ter sido detectado há um ano e sua órbita já ter sido calculada com tamanha precisão é uma mostra da evolução de nossa capacidade de rastrear este tipo de objeto, mesmo os menores deles.
"Um objeto deste tamanho atinge a Terra uma vez a cada 100 ou 120 anos", mas como 75% da superfície da Terra é composta por água, o mais provável é que, caso ele entre em rota de colisão, caia sobre um oceano. Ademais, mesmo que atingisse o solo, seria uma explosão considerável, mas com uma devastação muito localizada.
Será difícil observar a passagem do asteroide no céu brasileiro devido a sua trajetória, pois apesar da pouca distância, o horário da aproximação - 17h30 - e sua rota, o fará passar pela sombra do planeta. O 2012 DA14, porém, deverá voltar a se aproximar em 2020, quando novamente passará a uma distância inferior à da Lua e sem risco de colisão.