Os trabalhadores da Spal - Indústria Brasileira de Bebidas S/A, empresa ligada ao grupo Femsa, responsável pela Coca-Cola no país, ameaçam entrar em greve, caso não seja esclarecido o motivo do não pagamento da PLR - Participação nos Lucros e Resultados, de 2012.
Segundo a CNTA Afins - Confederação Nacional dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação e Afins, a empresa também não havia pago o PLR em 2011, mas para amenizar a revolta, realizou uma média com base nos salários dos empregados, o que perfez na época 25% sobre o salário de R$ 1.700,00. E agora, no início de 2013, alegou que a bonificação referente a 2012 correspondia a esses 25% já pagos.
"O grupo está crescendo, tem se expandido, está com uma produção altíssima. Não é possível que uma empresa que só tem ampliado não remunere os trabalhadores por dois anos seguidos", diz Artur Bueno de Camargo, presidente da CNTA Afins.
Na quinta (24), a CNTA Afins enviou um comunicado solicitando uma reunião emergencial para discutir e revisar esse processo de pagamento da PLR. Afirmou ainda que, caso a empresa não desse uma resposta até terça (29), os sindicatos apoiariam a mobilização dos 15 mil trabalhadores.
Além da transparência no processo de pagamento da PLR, os trabalhadores pedem a revisão deste valor - 25% sobre o salário médio e o estabelecimento de metas que correspondam adequadamente ao trabalho enfrentado nas fábricas da Coca-Cola.
"Dentro de dez dias, a empresa vai analisar seu posicionamento diante dos 25%, rever os critérios da PLR e esclarecer os teores do processo para 2013. Iremos continuar a mobilização dos trabalhadores e queremos deixar claro, desde já, que rejeitamos o pagamento de apenas 25% de PLR. É preciso rever o processo, a transparência e os valores", afirma Artur.
Em nota, a Coca-Cola Femsa informou que passou ao sindicato, durante a reunião de ontem (31), que os resultados da empresa referentes a 2012 estão sendo apurados e que a "Femsa cumprirá integralmente as condições definidas" com os 19 sindicatos que representam os trabalhadores em São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. A companhia diz que o acordo prevê o pagamento da PLR no dia 1º de março do ano subsequente ao exercício apurado. "Detalhes sobre o valor a ser pago ainda dependem da conclusão da apuração dos resultados e da validação de auditoria externa."