Ontem (30) ocorreu a cerimônia pelo Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, evento realizado em Brasília pela Conib (Confederação Israelita no Brasil). O evento visava homenagear dois brasileiros que ajudaram a salvar judeus do Holocausto.
O embaixador brasileiro na França, Luís Martins de Souza Dantas, e a funcionária do consulado em Hamburgo, Aracy Guimarães Rosa, foram considerados heróis por terem contrariado ordens expressas do governo Vargas e concederem vistos brasileiros a judeus, mesmo correndo risco de serem punidos.
Souza Dantas, em 1940, autorizou cerca de 500 vistos diplomáticos a judeus, sem exigir qualquer taxa. Já Aracy Guimarães Rosa, segunda esposa do escritor Guimarães Rosa, ajudou muitos judeus a entrarem ilegalmente no Brasil.
"Eles devem ser lembrados como figuras símbolos da resistência ao antissemitismo em tempos sombrios. Durante anos seus nomes permaneceram no ostracismo por não interessar que constassem nas versões oficiais da História do Brasil, por serem considerados marginais e rebeldes por descumprir ordens do governo brasileiro", disse a historiadora da USP, Maria Luiza Tucci Carneiro.
De acordo com a Conib, seis milhões de judeus, entre mulheres, homens e crianças, foram assassinados pelo regime nazista. Por isso, durante a cerimônia, são acesas seis velas, cada uma representado um milhão de judeus mortos no holocausto.
Além da presidente Dilma Rousseff, representantes de sobreviventes do massacre, da nova geração de judeus e da comunidade judaica, entre eles o governador da Bahia, Jaques Wagner, participaram do ritual.