RS: Banda comprou fogos impróprios para a apresentação na boate

Autor: Redação Pop Mundi

Fonte:

31/01/2013
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Na noite desta quarta-feira (30), o Jornal Nacional exibiu uma reportagem, na qual o vendedor de uma loja de fogos de artifícios em Santa Maria (RS) afirma que a banda Gurizada Fandangueira adquiriu um tipo de artefato diferente do habitual -   e que o mesmo era proibido para lugares fechados. Ainda, segundo a reportagem, o produtor foi avisado do risco desse material.

De acordo com o vendedor, a banda sempre utilizou o Sputnik, um tipo de foguete pirotécnico próprio para locais fechados, que produz um fogo frio e não causa riscos. No entanto, no dia da compra - sexta-feira (25), o produtor resolveu levar a chuva de prata para experimentar. O funcionário contou à reportagem, que alertou por diversas vezes que o produto não era apropriado.

O produtor afirmou que não tinha problema e que estava tudo seguro, pois ele havia feito curso para isso.

Foi oferecido a banda, um produto similar ao Sputnik, porém um pouco mais caro. Por esse motivo, o produtor não quis levar.

Nesta terça-feira (29), o delegado Marcelo Arigony, que está à frente do caso, afirmou que os músicos da banda utilizaram um sinalizador, inapropriado para ambientes indoor, por ser mais barato.  A diferença de valores entre os fogos de artifícios é alta: para ambientes abertos, custa em média R$ 2,50 a unidade, enquanto para ambientes fechados, R$ 70.

 Entenda o caso

Na madrugada de domingo (27), a boate Kiss, localizada no centro de Santa Maria (RS), foi incendiada, matando 234 jovens em uma festa universitária.

A banda Gurizada Fandangueira é conhecida por fazer pirotecnia em suas apresentações. Durante o show na casa noturna, o vocalista soltou um sinalizador e o mesmo acabou atingindo a espuma do forro de isolamento acústico, que pegou fogo.

 Veja o que já foi confirmado por investigadores

  • O vocalista realmente manejou o sinalizador e nega que as faíscas tenham provocado o incêndio;
  • A banda comprou um artefato proibido para ambientes fechados;
  • Os extintores de incêndio não funcionaram;
  • Havia mais pessoas do que a capacidade permitida no local;
  • Tinha apenas uma porta de saída (que era a mesma de entrada);
  • O alvará estava vencido desde agosto de 2012;
  • No banheiro da boate foram retirados 180 corpos;
  • 90% dos vitimados morreram por asfixia mecânica;
  • Os equipamentos de gravação das câmeras de segurança estavam no conserto;
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