Segunda-feira (28), três pessoas morreram após realizarem exames de ressonância magnética no hospital particular Vera Cruz em Campinas (SP). No mesmo dia, mais de 80 pacientes haviam realizado o mesmo exame, sem apresentarem qualquer problema.
As vítimas foram dois homens, de 36 e 39 anos, e uma mulher, de 25 anos. Eles tiveram parada cardiorrespiratória, após fazerem o exame. Dois começaram a passar mal minutos depois do exame e um paciente chegou a ser liberado, mas retornou a unidade após sentir dores.
A Secretaria Municipal de Saúde enviou um comunicado pedindo a suspensão desses exames em todos os hospitais e clínicas da cidade. O governo do Estado de São Paulo pretende interditar os lotes dos medicamentos usados neste exame. Uma lista com sete medicamentos fabricados por cinco laboratórios será publicada no Diário Oficial (DO), são eles soros e soluções injetáveis usados nos exames de ressonância magnética e tomografias. Os produtos utilizados no procedimento em Campinas foram recolhidos e serão analisados pelo Instituto Adolfo Lutz.
A Vigilância Sanitária Estadual informou que a interdição é uma medida cautelar, pois ainda não se pode afirmar se houve qualquer relação do exame com as mortes. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, a pedido do município, uma equipe de farmacovigilância e de radiação ionizante esteve no hospital ontem (29) para auxiliar nos trabalhos.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ligada ao Ministério da Saúde, enviará a Campinas hoje (30), dois técnicos especializados em epidemiologia para acompanhar a apuração. É possível que a interdição se estenda por todo o Brasil caso se confirme a relação da medicação com as mortes.
As empresas responsáveis pela fabricação desses medicamentos se pronunciaram afirmando que estão aguardando as notificações para prestarem esclarecimentos.