As partes envolvidas no conflito no Sudão do Sul, que começou em dezembro, assinarão quinta-feira (23) um acordo de cessação das hostilidades na capital da Etiópia, Addis Abeba, informou a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (Igad), que está mediando a questão. A Igad é um grupo de oito países africanos (Djibuti, Eritréia, Etiópia, Somália, Sudão, Sudão do Sul, Quênia e Uganda) formado com o objetivo de ser um bloco comercial.
As delegações do governo sul-sudanês e dos partidários do ex-vice-presidente, Riek Machar, estão negociando desde o início de janeiro na capital etíope. O acordo de paz apresentado pelos mediadores do Igad prevê um cessar-fogo e uma solução para a libertação de presos no começo do conflito. Os confrontos entre forças do exército e milícias opositoras começaram na capital do Sudão do Sul, Juba, em dezembro, motivados pela demissão do ex-vice-presidente. Com o conflito, o presidente do país, Salva Kiir, acusou Riek Machar de tentar conduzir um golpe de Estado.
A questão sul-sudanesa tem forte caráter étnico. O presidente é da tribo Dinka e o ex-vice, da tribo Lou Nue. Outro ponto que intensifica os confrontos é o controle de certas áreas em que há petróleo no país.
Organizações não governamentais e analistas estimam que o conflito tenha causado cerca de 10 mil mortos e mais de 500 mil pessoas refugiadas e deslocadas. A violência no Sudão do Sul gerou uma crise humanitária em que 4,4 milhões de pessoas foram colocadas em situação de insegurança alimentar.