Quase 200 mil manifestantes se concentraram hoje (8) na Praça da Independência, em Kiev, capital da Ucrânia, para pedir a demissão do presidente Viktor Ianukovitch. Com bandeiras da Ucrânia e da União Europeia os opositores ao atual governo criticam a decisão de Ianukovitch de rejeitar um acordo comercial com a União Europeia, optando por uma maior aproximação com a Rússia.
No local foram instaladas várias tendas. Os manifestantes pedem a reversão da decisão em relação aos negócios com a Europa, defendem um regime de governo mais justo e honesto e o fim da violência usada pela polícia durante os protestos. No dia 30 de novembro, uma ação feita para dispersar uma manifestação realizada no mesmo local resultou em várias pessoas feridas, sendo a maioria estudantes.
Durante os protestos, a ex-primeira-ministra da Ucrânia, Iulia Timochenko exigiu a saída imediata do presidente Yanukovych do poder. A declaração foi lida pela filha de Iulia Timochenko para os milhares de manifestantes reunidos na praça. Na mensagem, a ex-primeira-ministra pediu para que os ucranianos não recuem ou participem de negociações "com este poder que tem sangue nas mãos". Segundo ela o momento coloca os ucranianos diante da escolha entre "cair numa ditadura corrupta e o regresso a casa, na Europa. As hipóteses de cair numa ditadura medieval são bastante maiores".
A oposição que defende eleições antecipadas espera mobilizar um milhão de manifestantes ainda hoje. Os protestos tem se tornado mais frequentes nos últimos dias, em torno de prédios do governo.
O temor do grupo que defende o acordo com os europeus é que Ianukovitch decida assinar o acordo de adesão da Ucrânia à União Aduaneira das Antigas Repúblicas Soviéticas. No dia 17 está prevista uma reunião da comissão interestadual russo-ucraniana. Hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros francês disse que se vai encontrar oficialmente com o líder da oposição ucraniana, Vitali Klitschko. Os protestos na Ucrânia já duram mais de duas semanas.
Fonte: Agência Brasil
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