O corpo de Théo Ricardo Ferreira Felber, de 5 anos, foi sepultado na manhã desta quinta-feira, 27 de março, no Cemitério Municipal de Nova Hartz, Rio Grande do Sul. O velório começou na noite anterior, às 20h, na Capela Mortuária Municipal da cidade.
A criança morreu na terça-feira, 25 de março, ao ser atirada pelo pai, Tiago Ricardo Felber, de 40 anos, de uma ponte sobre o Rio Vacacaí, em São Gabriel, na Fronteira Oeste do estado. O homem confessou o crime e está preso desde o dia do homicídio.
Logo após o crime, Tiago enviou uma mensagem de áudio a familiares. “Viu, guria? Seja forte. Fiz uma loucurinha agora, tá? Aguenta o coração agora pro resto da vida. Eu atirei o Théo lá debaixo da ponte, lá, agora.” Afirma ele.
Em depoimento, Tiago revelou que seu “plano A” era matar a ex-mulher e “todos os seus namorados”. Como não conseguiu, optou pelo “plano B”, assassinando o filho para se vingar da ex-companheira. Questionado se sentia arrependimento, afirmou que a mãe da criança “tinha que pagar um pouquinho” antes que ele pensasse em se arrepender.
O crime aconteceu dias depois de Tiago levar Théo para passar o fim de semana com ele, no sábado, 22 de março, sob o pretexto de comemorar seu aniversário de 40 anos. Na terça-feira, o corpo da criança foi encontrado pela polícia.
Durante a confissão, o pai contou que tentou matar o filho um dia antes de jogá-lo da ponte. Ele relatou que tentou esganar a criança em um quarto, mas desistiu quando Théo se debateu. No dia seguinte, ao notar os hematomas e os olhos vermelhos da vítima, decidiu jogá-lo no rio para ocultar as marcas da agressão.
A Justiça decretou, na tarde de quarta-feira, 26 de março, a prisão temporária de Tiago Ricardo Felber. A Polícia Civil segue investigando o caso.
O que diz a defesa
Tiago estava preso temporariamente no Presídio Estadual de São Gabriel e passou por uma audiência de custódia na quarta-feira, 26, às 16h20. Durante a sessão, a juíza decidiu transformar a prisão temporária em preventiva, mantendo-o detido.
O advogado de Tiago, Roberto Leite, afirma que houve irregularidades no processo. Segundo ele, o depoimento do cliente foi tomado sem a presença de um defensor, o que violaria seus direitos. Além disso, Tiago relatou ter sido agredido por policiais e agentes penitenciários no presídio.
A defesa pediu que Tiago fosse transferido para outra unidade prisional, alegando que ele corre risco onde está. O advogado também questionou a legalidade da prisão, argumentando que o processo não foi totalmente respeitado, já que exames importantes, como o de necropsia, ainda não foram concluídos. Para a defesa, esses documentos são essenciais para garantir uma investigação justa e evitar condenações precipitadas.